22 de outubro de 2007
17 de outubro de 2007
COMO IDENTIFICAR O OVO DE GALINHA
( clique com o rato na imagem para ampliar)
O calendário marca 8 de Outubro, uma data especial... celebra-se o primeiro Dia Mundial do Ovo! Conheça um pouco mais sobre este produto alimentar.
A ideia de criar o Dia Mundial do Ovo partiu da International Egg Commission, que o considera um ingrediente perfeito para qualquer refeição. Cozido, escalfado, frito ou mexido; ao pequeno-almoço, almoço, lanche ou jantar, são apenas algumas maneiras de ingeri-lo. A verdade é que o ovo é um dos produtos alimentares mais versáteis existentes no mercado e que tem muito para oferecer.
Em Agosto passado, a American Council of Science and Health anunciou que não comer ovos não é uma atitude prudente, uma vez que o organismo perde todos os aspectos positivos do produto: não é menos nutritivo do que a carne ou o peixe, é rico em proteínas que são essenciais para a construção e reparação dos tecidos. Uma opinião também partilhada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que considera o ovo um produto excelente, tendo em conta a sua composição: é rico em vitaminas do grupo B, em sais minerais e apresenta apenas cerca de 11% de gordura, concentrada apenas na gema.
Por todos estes motivos surgiu o Dia Mundial do Ovo, cujo objectivo é desmistificar que o consumo de ovos faz mal à saúde, nomeadamente aos níveis de colesterol. Estudos científicos têm vindo a demonstrar que numa pessoa saudável, cerca de 4 a 5 ovos por semana, não provocam qualquer aumento dos níveis de colesterol; no entanto, pessoas que já tenham o colesterol sanguíneo muito elevado não devem abusar deste alimento, ressalva a citada comissão International Egg Comission.
O calendário marca 8 de Outubro, uma data especial... celebra-se o primeiro Dia Mundial do Ovo! Conheça um pouco mais sobre este produto alimentar.
A ideia de criar o Dia Mundial do Ovo partiu da International Egg Commission, que o considera um ingrediente perfeito para qualquer refeição. Cozido, escalfado, frito ou mexido; ao pequeno-almoço, almoço, lanche ou jantar, são apenas algumas maneiras de ingeri-lo. A verdade é que o ovo é um dos produtos alimentares mais versáteis existentes no mercado e que tem muito para oferecer.
Em Agosto passado, a American Council of Science and Health anunciou que não comer ovos não é uma atitude prudente, uma vez que o organismo perde todos os aspectos positivos do produto: não é menos nutritivo do que a carne ou o peixe, é rico em proteínas que são essenciais para a construção e reparação dos tecidos. Uma opinião também partilhada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que considera o ovo um produto excelente, tendo em conta a sua composição: é rico em vitaminas do grupo B, em sais minerais e apresenta apenas cerca de 11% de gordura, concentrada apenas na gema.
Por todos estes motivos surgiu o Dia Mundial do Ovo, cujo objectivo é desmistificar que o consumo de ovos faz mal à saúde, nomeadamente aos níveis de colesterol. Estudos científicos têm vindo a demonstrar que numa pessoa saudável, cerca de 4 a 5 ovos por semana, não provocam qualquer aumento dos níveis de colesterol; no entanto, pessoas que já tenham o colesterol sanguíneo muito elevado não devem abusar deste alimento, ressalva a citada comissão International Egg Comission.
Identificação do Produto
De acordo com o Instituto do Consumidor, existem no mercado vários tipos de ovos provenientes de diversas espécies de animais: avestruz, codorniz ou galinha são alguns exemplos. Porém, até há pouco tempo apenas estes últimos não necessitavam de identificação. Como tal, era hábito no supermercado termos a seguinte classificação:
- Categoria A ou “ovos frescos”, podendo ser subdividida consoante o peso do ovo (XL-gigante-73g; L-grande-63/73g; M-médio-53/63g e S-pequeno-menos de 53g);
- Categoria B ou “ovos de segunda qualidade ou conservados”.
Agora, estão aí novas normas de comercialização de ovos. Para já sabe-se que, tal como os indivíduos têm o seu o bilhete de identidade, o produto vai ter um código identificativo do país de origem, do modo de produção, da região agrícola em que é produzido e do respectivo aviário. Uma informação que permitirá ao consumidor optar por ovos nacionais ou de outro Estado-membro, por ovos provenientes da produção biológica, das galinhas ao ar livre, das galinhas no solo ou das galinhas de aviário. A figura abaixo ilustra em concreto como será o “bilhete de identidade” do ovo.
Curiosidades
- Estima-se, segundo a International Egg Comission, que, em todo o mundo, existam cerca de 4 mil milhões e 700 milhões de galinhas poedeiras. De 800 milhões a mil milhões de poedeiras estão na China; 270 milhões nos Estados Unidos; 270 milhões na UE-15; 152 milhões no Japão; 139 milhões na Rússia; 113 milhões na Índia; 106 milhões no México e 61 milhões no Brasil. – fonte dos dados
- Em média, uma galinha poedeira põe 300 ovos/ano.
- Os maiores exportadores mundiais de ovos são os Países Baixos; no entanto, se excluirmos as operações comerciais entre os países da UE, os Estados Unidos são o maior país exportador.
- A Alemanha é o maior importador de ovos.
- O consumo de ovos difere de país para país. Segundo a ANAPO, as estatísticas de 2003 revelam que, cada português consome, em média 168 ovos por ano, quantidade ainda reduzida, se considerarmos a média da União Europeia, que atinge 213 unidades, ou o consumo per capita do Japão (330) e no México (303).
- Sabia que um ovo de avestruz corresponde a uma dúzia de ovos de galinha?!
- A cor do ovo da galinha pode variar entre o branco e o castanho, tudo depende da sua raça.
- Sabia que a gema do ovo tem outra denominação? Chama-se, também, vitelo!
Dicas
- Sabe como fazer para verificar se o ovo está fresco? A resposta é não?! Nós explicamos. Comece por colocá-lo dentro de um copo como uma solução de água e sal. Se o ovo estiver fresco irá até ao fundo; se ficar a meio do recipiente significa que tem cerca de 4 ou 5 dias; se flutuar na água é sinal que não deve ser consumido.
- É também possível avaliar a frescura de um ovo depois de cozido. Se este for fresco a gema aparecerá centrada.
- Não dê importância à cor do ovo, pois esta não influencia a sua qualidade.
Agora que conhece melhor o ovo, e pode escolhê-lo a seu gosto, não tem razões para desconfiar deste alimento, até porque os “fantasmas” dos efeitos negativos do ovo no organismo humano, como se tem vindo a comprovar dia após dia, não têm qualquer fundamento científico. Acusado de ser um dos principais inimigos do coração durante décadas, o ovo “renasce”, agora, como alimento rico e saudável.
Fontes
Instituto do Consumidor
Revista Farmácia e Saúde
International Egg Commission
Agradecimentos
Sérgio Outeiro, por nos ter fornecido imagem com o código do ovo.
16 de outubro de 2007
HISTÓRIA DO CAFÉ - Parte Final
À conquista do Mundo
Antes de 1650, os únicos europeus que haviam bebido café eram apenas aqueles que tinham viajado pelo estrangeiro. Ao “Velho Continente” chegavam, pela boca de botânicos e viajantes, relatos sobre a estranha e revigorante bebida. Os mercadores europeus começaram a aperceber-se do potencial do café. Desta forma, os venezianos exploraram a oportunidade de mercado que o café geraria e os primeiros sacos com este, chegam à cidade dos canais no decorrer do século XVII. Contudo, continuavam a ser os árabes, detentores do monopólio da exportação, a produzirem o café. Nenhum grão capaz de germinar podia deixar o país. Entretanto Roma colocava entraves ao café. Apregoava-se o demónio que se escondia na bebida. Na verdade, lutava o clero com uma dúvida teológica - moral. Seria lícito aos cristãos beberem uma bebida maometana? Chamado o Papa Clemente III a veredicto, bastou um pequeno gole para o café ser aprovado e abençoado. Como resistir a tão deliciosa substância. Entram os Holandeses na corrida pelo café e, apercebendo-se da possibilidade do cultivo e comércio do produto, acabam por roubar um cafezeiro em Mocha, levando-o para a Europa. Em 1690 os Holandeses haviam plantado em Java, Sumatra, Timor, Bali, Celebes e Ceilão (actual Sri Lanka), pés de cafezeiro.Um cafezeiro plantado numa estufa em Amesterdão produziu as bagas que seriam introduzidas no Novo Mundo. O jardim botânico de Amesterdão viria a ser conhecido como o “berço universal do café”.
Fecha-se o ciclo
O café chega, ainda no século XVII, a Inglaterra, introduzido por um bispo ortodoxo grego de Esmirna, durante a sua visita a Oxford. Em 1650 é aberto um café naquela localidade. Os estudantes gostaram e recomendaram. Em breve o café tornava-se a bebida de eleição, especialmente em épocas de exames, passando a proliferar os estabelecimentos. Em 1699 os ingleses haviam-se tornado os maiores consumidores de café do mundo ocidental.Em 1714 o burgomestre de Amesterdão presenteou o rei francês Luís XIV com um cafezeiro. Este foi plantado no Jardin dês Plantes, tornando-se no antepassado das plantações francesas na América Central e do Sul . De Clieu um intrépido aventureiro francês, conseguiu em 1723 após sabotagens, tempestades, ataques de piratas; plantar o café no solo de Martinica, nas Antilhas. A fatigada planta agradeceu e, em pouco mais de 50 anos, tinha vasta descendência: 18 milhões de pés de café existiam na ilha.Um dos defensores férreos do café, em França, foi o intelectual Voltaire. Certa vez, admoestado por um abade que lhe dizia ser o café um dos piores venenos, terá afirmado que era o veneno mais lento que conhecia, pois há cinquenta anos que o andava a beber e ainda não tinha morrido.Os holandeses afoitos em paragens mais setentrionais, introduziram o café na América do Norte, em Nova Amesterdão, a actual Nova Iorque. Corria o ano de 1660 e a recente bebida tinha que se impor face ao generalizado consumo de chá. Tem a História algumas curiosidades e também fatalidades. Quando em 1773 o rei Jorge de Inglaterra impôs a obrigação de se pagar impostos sobre o chá, os colonos americanos franziram o senho. Revoltaram-se na conhecida Boston Tea Party e, voltaram-se determinantemente para o café. Deles vêm o hábito de fazer uma pausa no trabalho para degustar um café.A Espanha o café chega no século XVIII, bem como a Portugal.A última fase da jornada do café teve lugar no início do século XX na África Oriental Alemã (actual Quénia e Tanzânia). Os colonos alemães plantaram café nas vertentes do Monte Quénia e no Kilimanjaro, a apenas algumas centenas de quilómetros onde séculos antes, se iniciara a jornada da planta . Por SPG
A HISTÓRIA DO CAFÉ - Parte 1
Das origens aos nossos dias
A origem do café, como bebida para consumo humano, envolve os factos históricos, nas mais variadas lendas e mitos, percorrendo inúmeras civilizações e tempos. Há quem afirme que o “milho queimado” referido no Antigo Testamento mais não é do que o café que Abigail deu a David e Boaz a Rute. Há, igualmente, quem defenda que a bebida era o “caldo negro” dos Lacedemónios, como eram denominados os Espartanos.Entre as muitas lendas, há uma que se torna recorrente sempre que se alude à origem do café. Trata-se da narrativa de Kaldi, um guardador de cabras da Abissínia (actual Etiópia), em África, que terá notado certo dia uma estranha agitação das suas cabras, após ingerirem as bagas vermelhas de uma planta. Corajosamente, experimentou igualmente os frutos sentindo-se, então, leve e vigoroso. Recorreu a um abade de um mosteiro próximo que, convicto da intervenção do demónio, atirou as bagas para a lareira. Logo se desprendeu das chamas um agradável aroma. O abade acreditou então na criação divina da planta.
O café conquista a Arábia
Ao que parece, no século X, as tribos nómadas etíopes, enfeitiçadas pelas propriedades estimulantes do café, ingeriam-no em pequenos bolos, misturado com gordura animal. Estima-se que o café terá passado da Etiópia para a Arábia por volta de 575/850 d.C. Existem provas do cultivo do café em jardins nos mosteiros do Iémen, no sul da Península Arábica. Na época, fazia-se uma espécie de vinho a partir do sumo fermentado das bagas maduras. Por volta do ano 1000 d.C. a bebida era ainda grosseira. Só por volta do século XIII é que se começa a secar o grão antes da sua utilização. O café começou por ser consumido em cerimónias religiosas, ingerindo-se na mesquita, ou por conselho médico. Contudo, a rápida adesão à bebida expandiu o seu consumo e, por finais do século XV, atinge a cidade santa de Meca. A influência desta urbe em todo o mundo árabe, faz alastrar o consumo do café a outros quadrantes da Arábia, atingindo mesmo o Egipto e a Síria.Por esta altura começa-se, também, a beber café na Pérsia com as cidades a possuírem elegantes cafetarias.
O café chega à Europa.
O hábito do café levou tempo a estender-se à Turquia. Com a expansão do império Otomano os turcos aderiram ao hábito de consumir a negra bebida. As primeiras duas cafetarias de Constantinopla (actual Istambul) foram inauguradas em 1554. O café, na época, também se consumia em casa. Existiam, espalhados pela cidade, pontos de venda, lojas de café e vendedores ambulantes. Foi tal o sucesso da bebida que, barbeiros, mercadores o serviam. Com a oferta elevada aumentou a competição por mais clientes com a consequente aposta nos melhores empregados, nos ambientes sumptuosos. Nesta época o café bebia-se a escaldar, num prato raso.Um dos primeiros revezes que o café sofreu havia de partir do governo de Meca, declarando-o ilegal. Lojas foram queimadas e as cafetarias encerradas. A proibição não foi, contudo, para além das fronteiras da Arábia e depressa o hábito se reintroduziu mesmo nestas paragens.
BOLOS DE ANIVERSÁRIO
Festa de aniversário
Os vários costumes de celebração de aniversários natalícios das pessoas hoje em dia têm uma longa história. Suas origens acham-se no domínio da mágica e da religião. Os costumes de dar parabéns, dar presentes e de celebração - com o requinte de velas acesas - nos tempos antigos eram para proteger o aniversariante de demônios e garantir segurança no ano vindouro. Até o quarto século, o cristianismo rejeitava a celebração de aniversário natalício como costume pagão.
Os gregos criam que cada um tinha um espírito protetor ou gênio ispirador que assistia seu nascimento e vigiava sobre ele em vida. Este espírito tinha uma relação mística com o deus em cujo aniversário natalício o indivíduo nascia. Os romanos também endossavam essa idéia. O costume de acender velas nos bolos começou com os gregos. Bolos de mel redondos como a lua e iluminados com velas eram colocados nos altares do templo de Ártemis. As velas de aniversário, na crença popular são dotadas de magia especial para atender pedidos. Acreditava-se também que as saudações natalícias tinham poder para o bem ou para o mal, porque a pessoa neste dia supostamente estava perto do mundo espiritual. in Wikipédia
A HISTÓRIA DO AÇUCAR - Parte final
Século XVI
"Terreno fértil para a cana no Novo Mundo"
Paralelamente, a descoberta do Novo Mundo (América) vai introduzir a viragem derradeira na história da introdução do açúcar nas nossas mesas. Na sua segunda viagem, em 1493, Cristovão Colombo leva consigo alguns exemplares de cana-de-açúcar, oriunda das Canárias, para São Domingos, actual República Dominicana. No continente, a cana vai encontrar excelentes condições para se desenvolver, e não foram precisos muitos anos para que, em praticamente todos os países recém colonizados, os campos se cobrissem de cana-de-açúcar. Os solos eram férteis, o clima o mais adequado e o sucesso foi tal que, por volta de 1584, havia no Brasil cerca de 115 engenhos, funcionando graças ao esforço de 10 000 escravos, que produziam mais de 200.000 arrobas de açúcar por ano, cerca de 3000 toneladas. Em suma, em resultado do incremento da colonização, o Brasil conheceu um rápido desenvolvimento: milhares de colonos, servindo-se de índios, mestiços e escravos africanos, arrotearam terras e expandiram culturas agrícolas (em particular a cana-de-açúcar).
Assim, com o descobrimento da América o açúcar produzido pela rápida difusão da cana-de-açúcar neste novo continente, ainda sob condições pouco desenvolvidas, passou a ser uma mercadoria acessível a todas as camadas sociais.
Seguiu-se uma época de grande prosperidade para a cultura e comercialização deste alimento, protagonizada por Portugueses e Espanhóis, com especial destaque para as plantações no Brasil. A cobiçada especiaria ganhou mesmo honras de metal precioso. Chamavam-lhe o " ouro branco", tal era a fortuna que gerava.
"A acção dos Portugueses no Brasil"
" A riquesa desta terra é principalmente em açúcares (...). Há no Brasil, em cento e cinquenta léguas de costa, de Pernambuco até para lá da Baía, perto de 400 engenhos. (...) Aqui os escravos de África são muito procurados porque os moradores do Brasil têm grande necessidade deles para os seus engenhos (...). E prezam mais um escravo negro do que três do Brasil, que não são tão fortes (...) mas gente branda e frouxa".
Século XVII
" Adoçante de bebidas novas"
A exploração de escravos, que se praticaria desde o século XVI até princípios do século XIX, viabiliza a expansão da indústria do açúcar de uma forma irreversível, com plantações praticamente em todo mundo, desde as Índias Ocidentais às Américas. O uso do açúcar vulgarizou-se, principalmente para adoçar as novas bebidas, também de origem exótica, como o café, o chá e o cacau, o açúcar conhece um maior consumo, embora ainda no currículo restrito das classes abastadas.
Século XIX
" Chega uma nova planta doce: a beterraba"
Apesar do desenvolvimento das técnicas para produção de açúcar mostradas pelos europeus no século XVI, foi somente no século XIX, com a introdução da máquina a vapor, da evaporação, dos cozedores a vácuo e das centrífugas, como reflexo dos avanços
apresentados pela Revolução Industrial, que a produção comercial de açúcar experimentou notáveis desenvolvimentos tecnológicos.
Desta forma, o comércio do açúcar tornou-se bastante lucrativo o que terá preocupado Franceses e Alemães, que se viam a pagar caro um produto que nunca vingaria nas suas terras mais frias. Impulsionado pelo seu governo a investigar outras fontes de sacarose (açúcar vulgar), Andreas Margraff, um químico alemão, obtém os primeiros cristais a partir do suco extraído de raízes de beterraba, em 1747.
Passados cinquenta anos, o discípulo de Margraff, Franz Carl Achard, instala a primeira refinaria de açúcar de beterraba da Europa. O produto não tinha, no entanto, a qualidade desejada e, para além disso, era bastante caro.
Só durante as guerras napoleónicas, devido ao bloqueio britânico e ao consequente racionamento do açúcar, é que a nova indústria teve finalmente oportunidade para se desenvolver e aperfeiçoar. Inicia-se uma guerra entre os importadores do açúcar de cana e os produtores de açúcar de beterraba. A abolição da escravatura vai dar vantagem aos segundos e penalizar os primeiros.
No princípio do século XX, a beterraba vence a cana de forma decisiva, cobrindo 3/5 do consumo mundial. Mais tarde, curiosamente, a balança irá inverter-se com 3/4 da produção de açúcar a serem fornecidos pela antiga cana.
Século XX
" O açúcar no século XX: a abundância"
No início do século XX, o planeta já produzia 9 milhões de toneladas de açúcar e consumia apenas 8 milhões.
Mas a Primeira Guerra Mundial veio travar drasticamente a produção de açúcar. Fruto dos combates, as regiões produtoras são devastadas, assim como as refinarias. Faltando mão-de-obra e matéria-prima para o cultivo da beterraba açucareira , a cana-de-açúcar, produzida longe deste cenário de destruição, conhece algum desenvolvimento até ao fim do conflito.
No pós-guerra, a produção restabelece-se e ganha mesmo maior dinamismo, a tal ponto que, em1920, com o açúcar de cana e de beterraba, o excedente mundial alcança as 4 milhões de toneladas. Como consequência os preços descem e levanta-se a primeira de muitas crises para regulamentar este negócio. Em 1937 é realizado o primeiro acordo internacional para regular o mercado, do qual sai também o primeiro Conselho Internacional do Açúcar.
Em 1953, sob a égide da ONU, assina-se o Acordo Internacional sobre o Açúcar, que estabelece um sistema de quotas de exportação.
Em 1968 cria-se o mercado comum do açúcar, que levou a Comunidade Europeia a tornar-se o primeiro produtor mundial de açúcar de beterraba.
Séc. XXI
"O açúcar no 3º milénio"
Hoje, entre 111 países produtores de açúcar, 73 cultivam cana-de-açúcar e são responsáveis por fornecer 3/4 da produção mundial de açúcar. O maior produtor é o Brasil, seguido pela Índia e por Cuba. O açúcar tornou-se um alimento comum na dieta de todos os países, constituindo uma fonte de energia de fácil e rápida assimilação.
Consumido com moderação contribui para uma dieta equilibrada, proporcionando um sabor agradável aos alimentos. Para além disso, o sabor doce é um dos mais apreciados pelo ser humano, o que torna o açúcar um dos alimentos capazes de oferecer momentos de bem-estar e de prazer.
Portugal tem uma quota de produção de 360 mil toneladas de açúcar por ano, das quais cerca de 275 mil são consumidas.
A HISTÓRIA DO AÇUCAR - Parte 3
Século XV
"A cana e a Madeira dão-se bem"
No início do século XV, a história começa a ficar mais doce. O infante D. Henrique resolve introduzir a cultura da cana na ilha da Madeira. A planta adaptou-se muito bem às características desta região e assim se lançou o negócio: Portugal começa a vender açúcar para o resto da Europa. Nesta época, Portugal iniciava a sua política de expansão comercial por meio da conquista de novos mercados. Foi numa das tentativas de chegar às Índias que o Brasil foi descoberto, por Pedro Álvares Cabral em 1500. O cultivo da cana-de-açúcar estende-se a outras ilhas – Açores, Cabo Verde, São Tomé e as ilhas Canárias, o que vai ser determinante para a sua exploração no Novo Mundo. A acrescentar ao optimismo, o caminho marítimo para a Índia abre-se em 1948 pelas mãos de Vasco da Gama, tornando Portugal no maior negociante de açúcar e Lisboa, a capital de refinação e comércio deste produto.
" A colonização da Madeira"
"Esta ilha da Madeira mandou-a o dito senhor infante D. Henrique habitar pelos Portugueses. Fez capitães dela dois cavaleiros, um dos quais chamado Tristão Teixeira e o outro, João Gonsalves Zarco.
Tiveram os primeiros (habitantes) que a quiseram habitar de lhes deitar fogo. É muitíssimo fértil, pois produz muito trigo. O dito senhor infante D. Henrique mandou (depois) pôr cana-de-açúcar, que deu muito boa prova. Tem bons vinhos, mesmo muitíssimo bons."
A HISTÓRIA DO AÇUCAR - Parte 2
Século VII /XII
"O segredo da cana chega ao Mediterrâneo"
O desembarque da cana-de-açúcar na Europa Oriental aconteceu no século IV a.C., como consequência das viagens de Alexandre Magno, desde a Macedónia até à Ásia.
Dos gregos, o Império Romano herda aquele a que chamam "sal indiano", muito apreciado pelas suas propriedades gastronómicas e medicinais. Mas são os Árabes juntamente com os chineses, os responsáveis pela expansão do açúcar nas regiões banhadas pelo Mar Mediterrâneo e pelo Oceano Índico. Assim, graças aos Árabes inicia-se a produção de açúcar sólido ao longo do Mediterrâneo, arte aprendida com os Persas.
No século VII, a cultura do açúcar chegava, assim, ao Chipre, a Creta, a Rodes e a todo o Norte de Africa, embora com as devidas adaptações ao solo e ao clima variável.
No século XII, as tentativas de cultivo estendem-se às regiões da Grécia, do Sul de Itália e do Sul de França, mas a produção continua a ser muito reduzida, permanecendo os orientais como os maiores fornecedores de açúcar do mundo ocidental. Por isso, o açúcar permanecia como um produto gastronómico e medicinal e de luxo, vendido nos boticários (as farmácias de então), ao alcance de muito poucos. Na verdade, durante centenas de anos, o açúcar foi considerado uma especiaria extremamente rara e valiosa. Apenas nos palácios reais e nas casas nobres era possível consumir açúcar, visto que este atingia preços altíssimos, sendo apenas acessível aos mais poderosos.
Nesta altura, eram os mercadores venezianos os principais intermediários deste comércio: em Alexandria compravam o açúcar proveniente da Índia, fazendo-o depois chegar ao resto da Europa.
A HISTÓRIA DO AÇUCAR -Parte 1
Século VI a.C.
"O berço de uma cana muito doce"
Antes de existir o açúcar, tal como o conhecemos hoje, existiam apenas duas fontes de sabor doce no mundo: o mel e a cana-de-açúcar.
No que se refere à cana de açúcar, não se sabe ao certo de onde veio, mas crê-se que há mais de 20 mil anos, os povos das ilhas do Sul do Pacífico terão descoberto as propriedades e as características desta planta alta, que crescia espontaneamente nas suas terras. Segundo informações mais recentes, admite-se que a cana-de-açúcar foi cultivada pela primeira vez na Nova Guiné, onde a sua existência era tida como planta silvestre e ornamental. A partir desta zona a cultura estendeu-se a outras ilhas vizinhas, como as Fiji e a Nova Caledónia.
Mais tarde, a cana-de-açúcar prosseguiu a sua viagem e chegou a outras zonas, actualmente as Filipinas, a Indonésia, a Malásia e a Índia. Terão sido os indianos o primeiro povo a extrair o suco da cana e a produzir, pela primeira vez, açúcar "em bruto", por volta de 500 a.C.
Não é por acaso que o nome para "açúcar" é originário do sânscrito "çarkara", que significa "grão" e do qual vai derivar o nosso "açúcar", "sukkar" para os Árabes, "saccharum" em latim, "zucchero" em italiano, "seker" para os turcos, "zucker" para os alemães, "sugar" em inglês e "sucre" em francês, entre outros.
Foi nesta época que Darius, o imperador persa, ao chegar à Índia, observou que ali havia "canas que dão mel sem a ajuda das abelhas". A novidade foi levada para casa e mantida em segredo durante muito tempo.
15 de outubro de 2007
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